era uma vez
embalam-nos com fadas e meiguice, contam-nos histórias que começam sempre por era uma vez e na manhã seguinte ou passados vinte anos, que importa, é subitamente, recebemos bofetadas de atrocidades, tareias de um realismo insuportável. falo-te desse momento em que acontece a despedida da infância. a guerra passa a existir. o conforto é sobretudo alívio. sinceridade e provocação vivem dentro de nós paredes meias. avançamos a pulso. fracturamos o corpo, corpos. medimos o pulso quando deixamos de nos sentir. não ardemos, secamos. e ao amor e à arte chamamos milagre.
6 Comments:
Olá Lilly...A tua escrita continua com a mesma beleza de sempre. Agor com uma pontinha de dor...
CSD
Lilly, ser pensante ou sofredor? decidam-se :))
um abraço aos dois
A infância é a suave bonança antes das bela tempestade.
Secamos? Como diz o Artur Torrado ;-)temos é ataques temporários de lógica aguda. E olha que não é menopausico,garanto.
bj
era uma vez uma menina que cresceu e provocou e confrontou e fracturou. E eu sempre a repetir "era uma vez"...
agora que chegou a hora da partida e que ela já voa, sabes como me sinto?
Foi essa tareia de realismo e o quarto vazio...
Este teu texto seca a boca...
Foi bom sabê-la de volta. Bom lê-la novamente.
Um abraço,
Silvia
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